56% dos Profissionais que Saíram da CLT Querem Voltar à Carteira Assinada

Você sabia que 56% dos profissionais que deixaram empregos CLT para abrir negócio próprio desejam retornar à carteira assinada?

Uma pesquisa encomendada pela CUT e realizada pela Vox Populi e pelo Dieese, com mais de 3,8 mil pessoas em todo o país, revela que o crescimento do uso do termo “empreendedor” tem gerado confusão com o de “autônomo”, criando uma narrativa enganosa sobre o que significa realmente empreender.

Esse cenário é fundamental para você que busca compreender o desafio de quem migra da segurança do emprego formal para a informalidade, enfrentando insegurança, ausência de direitos e uma dura realidade financeira que faz mais da metade desses profissionais querer voltar à carteira assinada.

Ao longo deste artigo, vamos desvendar as causas dessa contradição, discutir o chamado “empreendedorismo de necessidade” e como a retomada econômica tem reforçado a importância da proteção do emprego formal.

Prepare-se para entender os dados que moldam o futuro do trabalho no Brasil.

56% dos Profissionais que Deixaram a CLT Querem Voltar: O Contexto da Pesquisa

Uma pesquisa encomendada pela CUT e realizada pela Vox Populi e o Dieese revelou dados essenciais sobre o mercado de trabalho brasileiro. O levantamento ouviu mais de 3,8 mil pessoas em todo o país e apontou que 56% dos profissionais que deixaram empregos sob o regime CLT desejam retornar à carteira assinada.

Além disso, o estudo destaca a crescente confusão entre os termos “empreendedor” e “autônomo”, o que gera uma narrativa enganosa.

Segundo a pesquisa, apenas 1 em cada 6 trabalhadores por conta própria se identifica como empreendedor.

Esse dado esclarece o cenário, mostrando que o crescimento do termo “empreendedor” está associado a uma realidade muito diversa daquela idealizada, reforçando a importância de entender essas diferenças para o futuro do trabalho formal no Brasil.

A Narrativa Enganosa do ‘Empreendedorismo’ e a Diferença Entre Empreendedor e Autônomo

O uso excessivo do termo “empreendedor” tem criado uma narrativa distorcida no mercado de trabalho brasileiro. A pesquisa encomendada pela CUT revela que, entre trabalhadores por conta própria, apenas um em cada seis se identifica como empreendedor, mostrando que muitos são, na verdade, autônomos.

Essa confusão promove uma glamorização do conceito de empreendedorismo, que, segundo Everton Gimenis, vice-presidente da CUT-RS, esconde uma realidade dura de insegurança e ausência de direitos. Muitos autônomos enfrentam falta de proteção previdenciária e jornadas exaustivas sem a estabilidade da carteira assinada.

A promessa de maior autonomia e renda elevada nem sempre se concretiza na realidade. Muitas vezes, o “empreendedorismo de necessidade” é uma saída provisória diante da baixa remuneração e das barreiras do mercado formal, o que reforça o desejo majoritário de retornar ao emprego formal.

Por Que a Migração para a Informalidade Acontece? Salários, Qualificação e Barreiras do Mercado Formal

A migração para a informalidade ocorre principalmente devido a desafios no mercado formal. Segundo a pesquisa encomendada pela CUT, 44,5% dos profissionais apontam a baixa remuneração como o principal motivo para deixarem empregos registrados.

Além disso, 38,7% dos entrevistados relatam que as exigências de qualificação e experiência funcionam como barreiras significativas para permanecerem no emprego formal.

Essa combinação cria um cenário onde muitos buscam a informalidade na esperança de maior autonomia e renda.

No entanto, a promessa muitas vezes não se confirma, caracterizando o fenômeno do “empreendedorismo de necessidade”, que cresce principalmente em períodos de crise econômica e desemprego.

Com a retomada econômica, cresce o reconhecimento da importância da proteção e direitos que só o emprego formal oferece, explicando a vontade de muitos em retornar à carteira assinada.

Empreendedorismo de Necessidade: A Realidade das Jornadas Exaustivas e da Exploração

O empreendedorismo de necessidade evidencia a dura realidade enfrentada por muitos profissionais que deixaram a CLT. Embora se espere maior autonomia, a experiência diária revela jornadas extenuantes e altos custos arcados individualmente, sem garantias trabalhistas.

Tiago Vasconcelos, secretário de Relações do Trabalho da CUT-RS, destaca que “o que se vê é justamente o contrário da ilusão vendida: jornadas longas e exploração ainda maior”. Essa condição supera, em muitos casos, as dificuldades do emprego formal.

Além disso, a pesquisa mostra que, com a retomada econômica e negociações salariais mais robustas, muitos começam a reconhecer a importância da proteção e direitos assegurados pela carteira assinada. Mesmo com o apelo da independência, a segurança formal é fundamental.

Essa contradição reforça o desafio real do chamado empreendedorismo: a promessa nem sempre se confirma no cotidiano, impulsionando o retorno de 56% dos ex-CLT à formalidade.

Contradições Entre Desejo e Realidade: O Dilema dos Trabalhadores Formais e Autônomos

O mercado de trabalho brasileiro vivencia tensões claras entre o desejo de autonomia e a busca por segurança. Enquanto 40,9% dos trabalhadores formais gostariam de empreender, refletindo o anseio por independência, mais de 86% dos autônomos consideram retornar ao emprego formal e à carteira assinada.

Essa contradição evidencia que, apesar do glamour do empreendedorismo, a proteção e os benefícios do regime CLT são fatores decisivos. Jornadas exaustivas e ausência de direitos colocam muitos autônomos diante do dilema entre sonhos e segurança real, revelando as complexas dinâmicas do mercado atual.

Conclusão

A maioria (56%) dos profissionais que deixaram empregos CLT para abrir negócio próprio desejam retornar à carteira assinada, segundo uma pesquisa encomendada pela CUT e realizada pela Vox Populi e Dieese.

Este levantamento revela como o termo “empreendedor” tem sido confundido com “autônomo”, criando uma narrativa enganosa que mascara a dura realidade da insegurança, ausência de direitos e desproteção previdenciária enfrentada por muitos.

Agora, é essencial refletir: como construir um mercado que valorize a estabilidade sem perder a autonomia que os profissionais buscam? Se você está nessa jornada, avalie suas opções com consciência e busque informações que garantam segurança e direitos.

Reflita sobre o futuro: compreender essas contradições é o primeiro passo para transformar o cenário do trabalho no Brasil, construindo um caminho onde dignidade e oportunidade caminhem lado a lado.

Matheus F

Matheus F